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Não tenho nada contra o Dia da Mãe, não senhora. Gosto de datas, de efemérides e isso tudo. Ajudam a orientar-me durante o ano. O que seria de nós sem o Natal, a Páscoa, os feriados aqui e ali, os dias mundiais disto e daquilo. Acho-os importantes, se não for por mais nada, dividem-nos o ano em fases, como dividimos os dias das noites com algumas rotinas. Acho-os necessários, se os comemoro a todos, isso já são outros tantos.
Mas este ano, vá-se lá saber porquê, deu-se uma invasão do Dia da Mãe. Não se fala noutra coisa, anuncia-se em todo o lado, promove-se, concursa-se (fui eu que inventei), dá-se, desconta-se, e eu que até sou dada ao Dia da Mãe, já estou enjoada. En-jo-a-da de tanta pulseira, colar, mobília, chocolate - juro, até um catálogo com sugestões para o Dia da Mãe com berbequins eu recebi - maquilhagem, roupa interior, exterior, assim-assim para as mães, as mães das mães, as mães das mães das mães, as filhas que serão mães, os cartazes, as frases inspiradoras, os dizeres, quem tem uma mãe tem tudo e mais vale uma mãe na mão do que duas a voar e Deus ajuda quem cedo madruga e no Carnaval ninguém leva a mal e as sopas e os amores, os primeiros são os melhores, e as fotos de mães e filhos e netos e tudo.
Acho que tudo quanto é demais chateia. A mim chateia. Olha, eu é um berbequim, ou um martelo pneumático.