295 - A dona-de-casa perfeita(mente desesperada)
Mac
esqueçam o história da distância de segurança, é puro lirismo utópico . fui ali ao supermercado para trazer as faltas dos produtos que não me trouxeram na encomenda online . não ia lá há 72 dias, desde que isto tudo começou, e só fui porque não me trouxeram os produtos que a rapaziada aqui de casa só come se forem aqueles dali, como os iogurtes líquidos que têm de ser aqueles e só aqueles, os queijos frescos e outras manias . a coisa até começou mais ou menos bem, mas depois melou na secção da fruta . as pessoas estão-se perfeitamente nas tintas para manter a distância social, quando querem aquela cebola e o facto de estar ali outra pessoa a escolher a cebola, não as impede de se colarem e também tirarem a cebola, porque está-se mesmo a ver que a cebola vai faltar e a pessoa não pode esperar, não pode ir buscar outra coisa, não, a pessoa tem que se atirar para o pescoço da que lá está, para arrebanhar a cebola e com isto respiramos todos para cima uns dos outros, que mesmo com máscara não quer dizer que já não há problema, há, e eu por exemplo, não quero o bafo dos outros em cima de mim . claro que nas filas para as caixas já estava tudo outra vez muito bem comportado, a mexer nas revistas todas, a entreter as vistas e para isso a mexericar em tudo, mas com a tal distância social .
por mais controlo que haja à entrada e limitação do número de pessoas, é impossível controlar os comportamentos para além do uso de máscara . até podiam estar só dez pessoas, se essas dez não cumprem a distância entre si, de nada vale o controlo na entrada .
com esta amostra sou de certeza a pessoa que este ano não põe os pés na praia, ninguém me convence, para já, que a coisa vai correr bem . não enquanto a par da máscara, não decretarem que os tasers são de uso obrigatório para afastar os outros e manter o tal distanciamento social tão necessário à não propagação do vírus .
vim de lá tão enervada que até me dói a garganta . juro