73 - TPM, CAPRICHOS, DÚVIDAS BIPOLARES E COISAS ASSIM
Mac
Eu gosto das minhas TPMs. Quer dizer, gosto de algumas, vá aí umas três a quatro por ano. Gosto daquelas em que baixa em mim a drama queen e armo uma tragédia dantesca por dá cá aquela palha. Gosto daquela coisa hormonal de não me sentir amada por ninguém, sozinha, vítima e infeliz. E gorda. Velha também. A melhor de todas, a que me dá a grande desculpa para me consolar da minha solidão trágica, em que me afogo em chocolates, gomas, batatas fritas e tudo quanto me serve de consolo. Kleenex também. E se os Kleenex cheirarem a alfazema, fico irritada. Gosto daquela coisa de chorar baba e ranho porque o Mac Man me disse bom dia com um olhar de valdevinos. Mas em Kleenexs brancos. Ou porque não reparou que eu emagreci 100 gr. Tudo coisas muito importantes que fazem a verdadeira identidade do amor. Também serve a morte do pai do Simba. Mas se ficar com os olhos umas batatas, fico para me devorar. E faço compras muito lógicas. Nada a ver que passados uns dias vá tudo de regresso aos destinos, para voltar com o que realmente é necessário.
Também gosto daquelas em que baixa em mim o carroceiro. Tudo está mal. Todas as mulheres, incluindo a minha pessoa, passam a seres dados a fricotes para quem não há pachorra. Estas nem as explico. E ai de quem se atreva a lembrar-me das TPMs drama queen.
E depois também não gosto delas. Não gosto de saber que existe em mim um lado cor-de-rosa. E um outro bas-fond. Aí três ou quatro vezes por ano, o que dá aí cerca nove a doze dias em trezentos e sessenta e cinco. Coisa pouca, mas estão lá e disso eu não gosto. Nos outros 353, estou eu, sem fricotes cor-de-rosa, nem camiões TIR.
Pronto, gosto e não gosto. Não gosto quando estou nelas, mas também posso gostar. Não gosto quando penso nelas e estou longe, mas também posso gostar. Tenho humores. E tenho dias. Mais por aí.