28 - A MINHA BARRIGA, CAPRICHOS, DÚVIDAS BIPOLARES E COISAS ASSIM
Mac
Aos oito anos quando não queria ir à escola, queixava-me amiúde da barriga, que me doía muito, mas ia, que mãe querida nunca foi em tangas e também ela conhecia a importância de uma barriga na vida de uma mulher. Aos dezasseis, os namorados, os nervos à flor da pele e elas, as dores de barriga. Na faculdade, as temíveis orais, um nó na garganta e lá está, outra vez aquele aperto numa barriga que era plana, tão linda, a velhaca que me deixa saudades eternas, nada a fazer, não há nada como a barriga dos vintes, ali com o umbigo a enfeitar, tão bonito, foi-se. Depois grávida, o orgulho naquela enorme barriga, que carregou os meus bebés. Agora, e após dois filhos, ela, a mastafona que já não tem bebés, mas que existe demais e como existe, credo, toma-me mais uma vez conta da existência.
Por isto, por tudo e por uma vida a olhar para ela [e a senti-la], se houvesse algum top ten de importância corporal, ela, a barriga, estaria sempre no meu topo. 'Cais cérebro, 'cais carapuça.