242 - O Dia do Pai, a vida, o nirvana e eu
Mac
Todos os anos faço um bolo para o pai aqui de casa, mas este ano os miúdos quiseram participar na sobremesa do jantar do Dia do Pai. A ideia deles era fazer o bolo, mas a mãe deles não foi uma boa mãe daquelas que os prepara para o futuro e teve preguiça de ter a cozinha mais ou menos desarrumada, por isso propôs que fizessem uma salada de frutas. A cozinha ficou desarrumada, mas depois eles arrumaram à maneira deles e ficou muito bem.
Amanhã, ou um dia destes, preparo-os para serem bons cozinheiros, daqueles que não precisam que lhes façam uma refeição. O mais velho já faz umas coisas, o mais novo ainda está na fase em que cozinhar é misturar os cereais com leite. Os meus filhos nunca escolherão uma mulher em função dos dotes culinários, ou ausência deles. É verdade, aquele programa das mães dos maduros à procura de par teve o mérito de me traumatizar em muito, uma das coisas foram os critérios que aquelas cabeças acham determinantes.
Daqui a bocado o pai chega e um vai dar o presente que fez na escola e o outro o que foi comprar sem a minha supervisão, opinião ou ideia, uma daquelas coisas de jogos que só eles é que entendem, vão falar naquela linguagem estranha e só hoje eu vou fingir que aquilo não me cansa, só hoje.
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