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Mac
Quando perante o sofrimento do outro, o nosso consolo é maior, mais espalhafatoso, extrovertido, gritado, publicado, demonstrado, vá, é demasiado público e invasivo, torna-se ridículo, fora de mão e descabido. Assim como qualquer manifestação demasiado grande para o grau de conhecimento que se tem do outro, ou proximidade, se torna descabida. Ora, consolar os outros, dar a mão, estar sem se impor, é uma arte, quase nunca conseguida, mas de boas intenções. Às vezes só essa boa intenção vale. No recato.
Aos meus olhos, o consolo nunca deverá exceder a dor. E há dores que não têm consolo. Há dores que não querem consolo. Não o sabemos. Pelo menos o consolo dos que quase não conhece, ou que farão dela um estandarte para expurgar os próprios fantasmas.
E é isto que às vezes falta por aí. Recato. Só isso.
(04.02.2013)