334 - O desconfinamento às pinguinhas, a capa da tábua de engomar, pequenas birras de sono, a vida, o nirvana e eu
Mac
uma ciclovia novinha, novinha em folha, pintada na semana passada daquele tom cor de tijolo para o bordeaux atravessado de castanho blhaca, assisti e até levei com o cheiro da tinta nas narinas - péssimo - ciclovia novinha, ciclovias por todo o lado, o concelho atravessado de lés a lés de estradinhas laranja para o bordeaux acastanhado, para os ciclistas circularem sem empatar os carros, esta a transitar de carro e fico ali quase a 10 km/hora porque dois ciclistas vão numa subida na estrada dos carros com a ciclovia novinha, desimpedida, a brilhar, feia como tudo, ali ao lado - vai para a tua ciclovia, ó totó (não disse, mas pensei) - chego ao supermercado, cheio que nem um ovo, eu a hiperventilar dos nervos, pessoas coladas a mim e eu nisto há 1 ano, devo merecer, é a cruz a pagar pelos excessos da juventude, tanto álcool etílico gasto, tanta máscara, e é isto, tudo colado uns aos outros . fui comprar amêndoas, coelhos de chocolate e coisas pascais, entre bens de primeira necessidade .
o ponto alto do meu dia: a capa nova para a tábua de engomar gigante que comprei há 15 dias, mas já foi objecto de desaprovação, ai que é muito grande, disse sodona, quero lá saber, agora é assim, a capa, essa, é azul com borboletas, apesar de não tencionar doravante passar muito a ferro, dei alta a sodona, parece-me que já confinou que baste e eu já esfreguei que baste, estamos quites . ela entrou e eu vi uma santinha toda iluminada daquelas que ficam rosa com tempo húmido e azulinhas com bom tempo, ou é ao contrário? não faz mal, se calhar foi daquelas verdes que brilham no escuro, depois começou a reclamar dos panos e mais não sei quê e perdeu o brilho, mal sabe ela, eu saí, quero lá saber de panos e mais não sei quê, o meu tempo entregue a esta casa a esfregar paredes acabou-se . é primavera .