297 - A mãe perfeita(mente desesperada)
Mac
a direcção geral de saúde ainda não encontrou uma explicação para a taxa de infectados em lisboa e vale do tejo continuar alta e não acompanhar os valores baixos do resto do país . eu cá sugiro que vão ao continente do cascais shopping e têm aí a explicação . nada que agradecer, uma criada ao vosso serviço, desde que o serviço não seja pesado, nem inclua passar a ferro.
ando cansada, outra vez, pensava eu que com o regresso de sodona só me restava dondocar por aí, apanhar sol e jogar ao fugir do corona . pois que não, agora estamos em época de estudo intensivo a um mês do final do ano . então como se já não bastassem os trabalhos forçados de uma mãe ao serviço da escola, mas que até reclama pouco, porque o meu interesse é acima de tudo o óptimo rendimento escolar dos meus pimpolhos, agora vejo-me a praticar exercícios, simulações e a fazer trabalhos, que quase que juro ninguém me preparou para isto . e agora é a gincana doida até ao fim do ano, apesar da matéria estar em dia, mas vamos lá fazer loucuras e trabalhar que nem malucos .
há uma coisa que sempre soube e não foi o corona que me deu a luz: não tenho jeito para ensinar e sofro de falta de paciência . mas sou boa mãe . sempre dei por muito bem empregues todas as mensalidades em prol do ensino dos meus meninos, do seu divertimento, desporto e tudo, tudo, tudo, porque da minha parte só queria ser mãe deles . não descobri agora que os professores estão dotados de enormes capacidades de pachorra acima da média, já sabia e agradecia-lhes todos os anos mais um ano de paciência, bom ensino e tudo . como já disse, a mim cabia-me ser mãe e as coisas estavam muito bem assim .
é verdade que por outro lado sempre adorei as férias deles e nunca tive pressa do regresso às aulas, porque não tinha de os ensinar . em férias ficava só com a parte boa da infância dos meus filhos .
a escola dava-me duas alegrias, uma quando lá ia deixar os meus filhos adorados, outra quando os ia buscar
de resto está tudo benzinho, há saúdinha, vem aí o fim-de-semana, está bom tempo e eu sinto-me cheia de coragem para simular uma vida normal sem medo do cão, do vírus, das pessoas, ou lá o que é, mas sempre alerta . beijinhos