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[durante o Verão de 2011, na manhã em que entrei para a maternidade e na maternidade]
Tenho recebido bastantes mensagens com perguntas sobre a gravidez do Pedro. Muito honestamente não abordei o assunto mais cedo, porque não tenho grande coisa a dizer, espero não desiludir ninguém, mas a minha experiência de uma gravidez aos 45 anos não é nada do outro mundo e foi bem mais tranquila do que a anterior e bem mais pacífica do que já assisti em miúdas de vinte e poucos anos. Acho que por isso mesmo, porque era bem mais velha.
Bom, eu tive o Pedro com 45 anos e passada uma semana fiz 46, portanto tinha mais 46 anos do que 45 e foi uma das melhores experiências da minha vida. É uma maternidade muito mais tranquila, mais madura, com menos medos e quase sem comparação, porque a idade é completamente fora do comum. Acima de tudo porque na idade em que o tive algumas das minhas amigas e primas já tinham sido avós, os meus sobrinhos mais velhos já tinham acabado a faculdade e já estavam a trabalhar, agora alguns estão para casar, enfim, todas as mulheres que me rodeiam já estavam noutra fase da vida e isto acaba por ser outro patamar, mas é um patamar fantástico, tanto para ele que é o mais novo da primalhada toda, como para mim, que regressei às fraldas e biberons quando não era suposto, pelo menos como mãe.
A gravidez foi do mais tranquilo que se pode imaginar, mas também não era o meu primeiro filho, já sabia ao que ia, não havia grandes novidades, nem surpresas, mas também tenho noção que tenho muito boas gravidezes, enjoo pouco, não tenho grandes manias - a não ser umas birras que não contam para nada, nem interessa falar sobre elas - não ponho muito peso, não faço retenção de líquidos, não tenho a tensão arterial desregulada, só não durmo grande coisa, tenho uma azia levada da breca, uma ciática do demo e umas cãibras de bradar aos céus, nada que qualquer grávida de 20 não tenha, portanto mesmo aos 45 anos, a gravidez foi muito tranquila tanto fisicamente como emocionalmente e psicologicamente.
Como qualquer grávida fiz todas as consultas, análises, ecografias e tudo, excepto a amniocentese. Foi uma opção nossa, os indicadores estavam bons, portanto optámos por não a fazer, mas esta é uma opção muito pessoal, eu tenho as minhas convicções e faço as minhas escolhas, esta foi uma delas.
Só posso falar da minha experiência, mas acredito que uma gravidez tardia é muito positiva e tranquila porque nós somos mais maduras, encaramos a vida de uma forma mais pacífica, temos menos medos e receios, temos mais estabilidade emocional e psicológica, e a auto-confiança ajuda muito a que tudo corra muito melhor.
O pós parto é que foi a minha grande surpresa, porque estava convencida que já que a gravidez era idêntica, o após também seria e não foi. Foi bem melhor, bem mais tranquilo, sem pânicos, sem aquela coisa de não saber o que fazer à frente de um mini ser, mas também era o segundo filho, portanto seria estranho se tivesse medos, mas no geral foi mais pacífico e com muito mais domínio em todas as situações, desde a amamentação, aos sonos trocados, às sestas, birras e choros.
Agora. Agora tenho a idade de algumas avós dos amigos dele e a maior parte das mães têm idade para ser minhas filhas, mas isso não é um factor importante na socialização dele, nem eu acho isso assim tão estranho, é peculiar (e é sempre um bom tema de conversa), mas a verdade é que na minha família há tios mais novos do que os sobrinhos, tenho primas direitas que já são bisavós e isto tudo porque as gerações anteriores se encarregaram de ter aos 9 e 12 filhos, e quando os mais novos nasceram, os irmãos mais velhos já tinham filhos. Vendo bem, não é nada de especial e ainda vim dar mais um empurrãozinho para baralhar mais um bocadinho as gerações que já estavam baralhadas q. b.
Penso muitas vezes na idade que terei quando o Pedro entrar para a faculdade, depois quando ele casar e tiver filhos. Vou ser muito velha, é incontornável, mas até lá, muitas vindimas se farão.
Uma gravidez tardia tem tudo para ser uma excelente experiência, portanto nada de receios, a medicina está muito avançada e nós também. Se voltasse atrás repetia tudo outra vez, sem hesitar, com ciática, azia e birras também.
• Instagram @maria.antonia.velez