a vida em azul cueca

Tenho tanto sono. Tanto, que em vez de ir caminhar para o pé do mar, fui para o supermercado e aquilo que habitualmente faço até às 9,30. hoje acabei às 11. Tenho a sensação que adormeci algures entre a secção dos congelados e a dos detergentes para a loiça, mas não tenho a certeza.

[O Pedro apareceu na nossa cama às 5,30, preparado para começar o dia e a pedir para ver Masha e o Urso. Masha e o Urso, filho? Quem são esses? Quantos são? Ora dorme. Quero Masha e o Urso. Ursa é a mãe que te gerou]

[Durante as férias, voltou a fazer a sesta. Não me parecia errado, porque os dias entre praia, piscina e n actividades eram cansativos. Agora que regressou ao colégio entrou neste looping, noites de poucas horas de sono, durante o dia fica cansado, chega a casa adormece, à noite não tem sono, etc. Juro, está a ser mais difícil do que trocar os sonos a um recém nascido]

Diz que vamos pagar um imposto sobre património acima dos 500.000 e as pessoas acham que isso é só para os ricos. Está bem, vai lá somar o valor patrimonial da casa, com o da quintarola que receberam em herança e depois a gente conversa. Muito ricos, está bem. Então e os visa gold também vão pagar ou são diferentes da gente? Anda cá que é só facilidades, pois, ah espera, mas agora pagas mais uma coisa. A tua casa tem sol? Ai é? Diz que é património de luxo, mais não sei quê da classe média e pois, temos pena. Coiso. Devo ter sonhado enquanto passei pelas brasas, ali entre a secção das manteigas e a dos insecticidas. Ando muito baralhada, até vi elfos tristes e tudo. Unicórnios também.

[Estou com saudades dos fins de tarde na praia, daqueles de Setembro em que vou buscar os miúdos à escola e seguimos para o Guincho, o pai vai ter connosco e até jantamos por lá]

Está decidido, hoje invisto no sono do meu filho. E no meu.