49 - EU GOSTO É DO VERÃO
Mac
Mas também gosto do Bar do Guincho, às onze da manhã de um domingo, completamente vazio. Ah e sem vento, céu azul e uma temperatura muito boazinha.
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Mac
Mas também gosto do Bar do Guincho, às onze da manhã de um domingo, completamente vazio. Ah e sem vento, céu azul e uma temperatura muito boazinha.
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Mac
E como é sexta-feira, um motivo tão válido como outro qualquer, verniz verde da M.A.C. Gosto disto. Gosto das cores de Outono para as unhas, bordeaux, vermelho, ou encarnado, depende das facções e nhanhanha, e pouco mais. Ah o castanho, sim, sim, também gosto dele. E agora verdunco, não sempre, não todos os dias, mas de vez em quando.
Mac
(...)
[São João no Febre dos Fenos, via Luna]
(andei aqui às voltas para escolher a melhor parte deste texto. não há. é todo muito bom. ide ler. ide)
Mac
Olha este ano o bordeaux passou a burgundy e eu acho isto muito chique, se não for por mais nada, vocalizar burrr-gun-dii obriga a fazer biquinho e isso é bastante fino, pronto, para o ano passa a chardonnay, charrr-dó-né, ah não pode ser, que é branco, olha passa a porto quinta do noval vintage, póorrr-tóo faaar-me du lailailai. Porque sim. E porque é o melhor do mundo. Ah e tal, agora pintei as unhas a porto, pórrr-tóo. Ai não sabes o que é? Porto é porto, olha-me esta pindérica.
[no meu tempo dizia-se cor-de-vinho, lá está, começo a desconfiar que sou um bocado antiga]
Mac
(Expresso)
Eu cá sugiro que eles peguem numa espingarda, ou numa qualquer coisa barata, pode ser mata-ratos, e nos cilindrem a todos. Nós, portugueses é que estamos a mais neste país. Damos-lhes encargos, chatices e um ror de dores de cabeça, fazemos greves, manifestações e tal. Ainda por cima, por mais que nos espremam, não conseguimos gerar em impostos coisa que se veja. Pronto, corte-se o mal pela raiz, acaba-se com esta nossa raça e faz-se disto uma coisa como deve ser.
Agora estas medidas lentas, tira daqui para dar ali, depois rouba mais aqui para tapar acoli, não estão com nada.
Sem medos, há que ser radical.
Mac
Depois de descobrir o TLC nunca mais fui a mesma. A que passei a ser também não interessa.
Um dos programas do dito TLC é o Cake Boss. Feita bimba, comecei a ver o programa convicta de que me iria deliciar no mundo lindo do cake design betinho, como se ali fosse possível, porque tenho cá nos meus sonhos mais perversos, ser uma pro na arte do bolo festivo, mas em beto.
Ora no Cake Boss faz-se o impossível, mas em bolo. Alguém quer um candeeiro de lava, eles fazem. Querem um bolo com remendos de ganga, eles fazem. E eles fizeram um bolo retrete. Sim. Uma retrete daquelas das casas de banho. Essas. E com autoclismo e tudo. A funcionar. O autoclismo levou água e todo um sistema de descarga, para descarregar água sobre o bolo.
E aqui é que a coisa melou. Eu tinha um projecto mental, mais ou menos sério, mais ou menos a concretizar, vá, quando os meus filhos saírem de casa, portanto, quando já for uma velha ginja, de desatar a fazer bolos artísticos, mas assim em redondo, na loucura em quadrado e agora sempre que penso nisso, vem-me à cabeça o bolo retrete. Nunca poderei competir com isto. Nunca.
Isso e a família do ex-primeiro-ministro José Sócrates ter 383 milhões em offshores. Olha, se calhar são alfinetes nisto do deficit, mas já ajudava qualquer coisinha, não?
A culpa disto tudo é da real life by TLC.
Mac
Amiga-da-avó-muito-orgulhosa: O meu neto mais novo já anda.
Avó-muito-orgulhosa: Olha, o meu rosna.
[sim, é verdade, continua a rosnar e até já aperfeiçoou a coisa. rosna mais alto, durante mais tempo e com mais profundidade]
Mac
O novo riquismo é coisa que faz tombar os meus fracos nervos. Tombar é exagero, mas está bem. Não me enerva o enriquecimento, isso acho muito bom, afinal é o resultado de trabalho, em princípio, sim, mas é o resultado de avanço na vida.
O que me incomoda é a perda de noção de quem já teve menos para com os que têm menos. Incomodam-me as fracas memórias e até perda de consciência social, como se de onde vieram fosse para esquecer, como se aquela aproximação os atirasse outra vez para ali. E se fosse só isso, era mau, mas enfim, o problema é que não é só isso, é tantas vezes uma deplorável panóplia de comportamentos, que chegam a tocar a crueldade.
O que me incomoda mesmo é a falta de consciência social, ainda mais nos que conhecem na pele como é a coisa. Pobreza, ou as variantes dela, não se pega, já a mutante pobreza de espírito, desconfio que é viral.
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