26 - COISAS QUE O GATO FAZ E QUE EU NÃO PERCEBO (NEM QUERO)
Mac
Quando resolvemos acolher um gato nestas paredes, achei por bem que fosse de marca, cá no meu raciocínio bastante tosco no que toca a domesticidades, se fosse de uma raça pipi, vai que não teria laivos de selvagem, coisas primitivas e o coiso. Decidiu-se que sim, um Bosques da Noruega seria suficientemente gato, sem ar de coisa de porcelana, mas também com o seu qb de evoluído. Cais quê. O gato, e digo-o isto com o pesar de uma dona chorosa da sua realidade, é quase atrasado mental. Nada evoluído. E um caguinchas da pior espécie. Mas eu amo-o de paixão, vá-se lá saber porquê.
Agora o gato resolveu alargar território. E para alargar território, achou por bem saltar o muro das traseiras. Até aqui tudo mais ou menos, só que o muro do nosso lado tem aí dois metros, mas do outro, portanto o lado da minha vizinha, tem aí quatro ou cinco metros, e assim sua excelência consegue ir, mas não consegue voltar. Só que hoje não está ninguém naquela casa. Pior, é que é a terceira vez que ele faz isto. Das outras vezes havia gente em casa e fomos lá busca-lo.
E eu pensei que Wolfgang não devesse tanto à inteligência e com os dois sustos anteriores, concluísse que não era boa ideia, afinal deve ter estado para lá que tempos, sujeito à fúria de um Labrador e só demos com ele porque miava que nem um desesperado, mas não, Wolfgang não fez este raciocínio e agora está-me para ali angustiado, cheio de tefes e nós não o podemos salvar antes do fim da tarde, quando já há por ali gente. Também daquele canto não sai, porque está com miaufas do cão.
Esta gente arranca-me cabelos de preocupação. Anos de vida.