![]()
Não sou lá grandes coisas a avaliar o carácter alheio, o mau carácter, claro está, porque o bom acho sempre que toda a gente tem, até prova em contrário, ou seja, aos meus olhos toda a gente é de boa fé, bem formada e bem intencionada, só que nem sempre é, e quando não o são, conseguem sempre deixar-me de cara à banda. Falta-me aquele radar que algumas pessoas têm e que adoraria ter.
Depois, quando alguém age muito mal, a coisa é quase gritante, tudo e todos apontam o dedo, ainda ando feita ave rara a tentar descobrir as razões, a minimizar a coisa, a encontrar aspectos positivos, quando a verdade é que eles nem existem. É que há mesmo gente muito mal formada, gente que usa todos os meios para justificar os seu fins tortos e não se importa sequer com as consequências.
Durante anos, tive uma pessoa na minha vida que manipulou conversas, atitudes alheias, tudo. Foi preciso que ela relaxasse e se tornasse descuidada, para eu perceber. A verdade é que como nos têm em conta de meio apardalados, e com razão, tornam-se descuidados e quando a coisa já é muito gritante, então percebemos. Claro que depois foi só somar dois mais dois e fazer continhas à vida. Escusado será dizer que nunca mais houve nada que essa pessoa fizesse que mudasse a nova impressão que passei a ter dela. Às vezes demora muito, mas quando chego lá, já não volto atrás.
Falta-me esperteza nas avaliações, digo eu, o que aos olhos dos outros, é só ser muito otária. Muito mesmo.