53 - DIZ QUE SIM
Mac
Sempre que digo que gostei de estar grávida, lá vem o batalhão do ai mas como é que é possível, e os enjoos, as náuseas, a azia, a africa, as pernas pesadas, os peitos enormes, os pés enormes, as cãibras, ciáticas, as borbulhas e isso? Desculpem lá gostar, sim? Logo para começar para mim os incómodos da gravidez são a mesmíssima coisa do que todos os anos quando retomo a ginástica e ando ali umas semanas toda partida, só que são nove meses com umas coisas que não matam ninguém. Nove meses, não é a vida toda, se fosse a vida toda, a conversa seria outra. Sim, também enjoo, mas nada que um Nausefe não resolva. Sim, em ambas umas cãibras de bradar aos céus, que não houve banana que acalmasse, nem químicos, nem nada, e azia e uma ciática de chorar e uns peitos a rivalizar com uma Samantha Fox, um rabo africano e uma fome de devorar batalhões de comida, e um último mês em que não durmo, arrasto-me de sono e rebolo de gorda, mas são só nove meses, não é o fim do mundo, até porque nunca tive borbulhas, nem manias alimentares, as minhas manias de grávida são assim no geral, marcha tudo, menos marisco porque mo proíbem e saladas fora de casa e carne mal passada. Em compensação o meu cérebro grávido é do melhor, descomplicado e cool.
Mas tirando as situações de complicações graves na mulher e/ou no bebé, quando nós estamos de saúde e o bebé também, estar grávida é uma bênção, não é um sacrifício. E tudo espremido, não fui a primeira, nem a última mulher a estar grávida. Muito honestamente falta-me a paciência para o espírito de falta de missão, como se estar grávida fosse o maior dos sacrifícios do mundo. Não é. Sacrifício é aguentar com uns saltos altos todo o santo dia em prol de nada.