34 - É SEXTA-FEIRA, LAILAILAI
Mac
A minha noção de conforto diário começa pelo pequeno almoço em família. Sabe-me bem começar os dias entre planos, projectos e comentários sobre este ou aquele assunto. Ou ficarmos calados, como hoje, em que a noite foi aos bocados, ora acordava o bebé e eu ia vê-lo, ora o Mac Kid nos aparecia no quarto, ora outro acordar do bebé e foi o pai. Vá lá que não acordaram ao mesmo tempo, sempre é melhor cuidar de um à vez. Acho eu. Sempre que a noite é feita em fases, quase não falamos. Também é confortável saber um pequeno almoço em silêncio. Há silêncios muito bons. Os nossos são muito bons.
Ou o outro pequeno almoço, o dos fins-de-semana, o que às vezes conseguimos levar para a cama. Raríssimo, mas por isso mesmo tão bom. Invariavelmente a acabar com os filhos em cima da nossa cama, a debicar o pão com manteiga. Aos pulos. A enrolarmos-nos. É a nossa festa do pijama.
Segue-se o meu duche. Sabe bem. Isso e pensar. Penso muito no duche. Foi ali que encontrei solução para o aparentemente insolúvel. Acho que é o som da água que funciona como o parto em que nasço todos os dias. E sabe bem a toalha aquecida.
E as cores. Muito branco nos lençóis. E cinzento. Muito branco na casa. E na vida.